O artista Hector Julio Páride Bernabó nasceu na Argentina
em 1911, pintor, gravador, desenhista, ilustrador, mosaicista, ceramista,
entalhador, muralista. Bastou apenas uma visita ao Brasil para se apaixonar por
esta terra, os costumes, o povo, as danças, a culinária, a religiosidade todos
estes elementos serviram de inspiração para os trabalhos de Carybé, que
frequentou a Escola Nacional de Belas Artes entre os anos de 1927 e 1929.
Trabalhou no jornal “Pregon” em 1938 em Salvador
e logo providenciou uma viagem para conhecer todo litoral norte brasileiro
registrando a cultura local em sua arte. Em 1943 fez sua primeira exposição
individual e traduz com Raul Brié, para o espanhol, o livro Macunaíma, de Mário
de Andrade (1893 - 1945).
Convidado pelo Secretário da Educação Anísio
Teixeira, Carybé muda-se definitivamente para a Bahia, e integra a segunda
geração de modernistas, onde batalha pela renovação das artes plásticas, ao
lado de outros artistas, como Mário Cravo Júnior, Genaro de Carvalho e Jenner
Augusto. Em 1957 naturalizou-se brasileiro, e é considerado um ícone baiano. A
arte de Carybé foi por vezes marcante, com um sentimento carregado em cores.
Mas o que marcou sua obra foi à identificação com povo da Bahia, retratando
cenas do dia a dia o trabalho: pescadores, lavadeiras, cavaleiros, canoeiros,
vendedores ambulantes, as danças: capoeira, baianas, carnaval, enfim passando
para a tela seu testemunho de uma cultura rica em detalhes, e da qual ele fez
questão de se aproximar.
Uma curiosidade sobre o nome adotado pelo
artista é que ele pensava que o apelido era proveniente de um pássaro ou peixe
da fauna brasileira, mas um amigo explicou que Carybé é o nome de um mingau. O
pintor apenas comentou com bom humor: “que bom, eu adoro mingau”.
Carybé fez diversas ilustrações de livros para
diversos autores da literatura, entre eles, Jorge Amado, Rubem Braga, Mário de
Andrade e Gabriel García Marquez, além de ilustrar livros de sua autoria e
coautoria, como Olha o Boi e Bahia, Boa Terra Bahia, com Jorge Amado. Em 1981,
após 30 anos de pesquisa, publica a Iconografia dos Deuses Africanos no
Candomblé da Bahia.
Carybé morreu em 1997, na cidade de Salvador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário