COTIDIANO
HISTÓRICO CULTURAL DA BAHIA NA ARTE PINTADA POR CARYBÉ – Projeto Interdisciplinar
de Ensino e Aprendizagem
1. Apresentação:
Para estruturar a
história da Bahia é indispensável identificar suas origens, suas raízes, sua
identidade e sua diversidade cultural e para tarefa tão complexa e
interdependente e necessário averiguar os prismas para os quais foram
delimitados esse vasto contexto cultural, assim como o arcabouço cultural a ser
exposto, como também o viés a ser abordado. Tendo em vista a proporção da
identidade e diversidade cultural da história da Bahia, a forma de expressão e
até mesmo “recorte” histórico, o projeto se desenvolve no intuito de explorar a
identidade cultural da Bahia, ao cotidiano baiano na arte pintada por
Carybé, na compreensão do contexto,
assim como afirma Boaventura (será referencia para desenvolvimento de
conceitos de identidade cultural):
“É, pois, crucial conhecer quem pergunta pela identidade, em que
condições, contra quem, com que propósitos e com que resultados. Sabemos, por
último, que a resposta, com êxito, à questão da identidade se traduz sempre
numa reinterpretação fundadora que converte o déficit de sentido da pergunta no
excesso de sentido da resposta. E o faz, instaurando um começo radical que
combina fulgurantemente o próprio e o alheio, o individual e o coletivo, a
tradição e a modernidade”.
O cotidiano baiano é uma rica
expressão da identidade cultural do estado, nele encontramos elementos
culturais de formação e construção do povo e de sua vasta região, no que tange
a gastronomia, trabalho, lazer, religião, música, dança e vivência dos momentos
sociais históricos que transformaram a Bahia num dos maiores celeiros étnicos
culturais do Brasil.
Neste contexto histórico
cultural, o pintor Carybé dedicou-se com magnífica propriedade no
desenvolvimento de diversas pinturas que captam exatamente esse cotidiano
simplório, rico em detalhes e forte na expressão de sua identidade. As
características da pintura de Carybé, as cores vibrantes as formas marcadas
pelo traço reto, caracterizaram sua obra em fonte singular no apanhado do cotidiano
baiano, não permanecendo limitado em nenhum movimento em específico, entretanto
o período em que realizou suas obras, a versatilidade do artista e com o olhar
capaz de capturar os seres e as coisas através de uma linguagem plástica pode
ser incluído na geração de artistas iniciadores do modernismo na Bahia. Carybé
foi um colaborador para que, finalmente, os valores do Modernismo fossem mais
bem compreendidos e aceitos na Bahia.
Artistas da ruptura, como: Mario Cravo Júnior (1923), Rubem Valentim
(1922-1991), Jenner Augusto (1924 - 2003) Lygia Sampaio (1928), eles renovaram
a produção local ao criar uma nova linguagem artística, valorizando a história
e cultura baiana. Assim, a história da Bahia na representação da identidade
cultural e cotidiano, e a pintura na técnica de como manifestar a expressão
cultural em tela, serão as disciplinas que integrarão o objetivo e objeto do
projeto.
2. Motivação:
Pela importância cultural que a Bahia tem na
identidade cultural do Brasil, como também pela importância pessoal que este
estado tem perante minhas raízes genealógicas foram os primeiros aspectos a
serem observados na construção do assunto. Num segundo momento do
direcionamento das disciplinas, a primeira disciplina que contribui para
desenvolvimento do assunto foi o segmento da identidade cultural baiana na
história e nada mais significativo do que explorar o seu cotidiano, sua
cultura, por intermédio da história, evidentemente não de toda a história, mais
do “recorte” cultural mais significativo que é a expressão e identidade
cultural do seu povo no cotidiano. Remontar os aspectos da história da Bahia
por meio de pinturas que captaram o espírito do povo baiano e extremamente
fascinante.
A Segunda matéria a ser desenvolvida foi o
segmento da pintura nas artes, a pintura utilizada como instrumento para captar
os eventos históricos, como a utilização das técnicas como cor, sombra, ângulo,
traço, formato, luz esses aspectos trazem a tona toda interdisciplinaridade na
utilização da história e da pintura.
3. Objetivos:
- Apresentar
elementos do cotidiano baiano (dança, música, trabalho, religião), por
intermédio das pinturas do Carybé.
- Identificar o cotidiano baiano e seus
elementos de formação da identidade cultural da Bahia, por intermédio das
pinturas de Carybé e da referência conceitual e crítica de Duílio Battistoni
Filho.
- Demonstrar a importância da pintura no
processo de captação histórica na Bahia, por intermédio do pintor Carybé
nas suas pinturas previamente escolhidas do cotidiano baiano com o
embasamento teórico de Duílio Battistoni Filho.
- Desenvolver
conceitos de identidade cultural por intermédio do autor Boaventura e
Antônio Risério e a pintura por Duílio Battistoni Filho e
Juciara Maria Nogueira Barbosa.
- Divulgar
a pintura do artista Carybé.
4. Público alvo:
Alunos
do 8º ano do ensino fundamental.
Fazer
com que esses alunos conheçam a importância da diversidade cultural da Bahia, a
importância que o simples cotidiano pode trazer na construção cultural de um
estado, além do manuseio e interesse pela arte da pintura, fazê-los observar as
técnicas para utilização de expressão cultural tendo como exemplo o estado da
Bahia e arte de Carybé.
5. Metodologia:
Para desenvolver a atividade utilizarei a
didática da teoria e da prática como, seguem os passos para consecução da
metodologia:
1° Apresentar a proposta do trabalho de maneira
macro como um todo, em seguida conceituar identidade cultural e diversidade,
trazer esses conceitos para o entendimento do cotidiano do estado baiano e
explanar como esse cotidiano contribuiu para formação histórica cultural da
Bahia.
2° Apresentar a pintura como forma de expressão
cultural, demonstrar algumas técnicas a serem desenvolvidas na construção de
uma imagem pintada (cor, sombra, movimento, forma...).
·
Em uma aula explorar os conceitos de cor,
sombra, movimento e forma para os alunos se familiarizarem e entenderem os
conceitos da pintura modernista que caracterizou os traços de Carybé.
Obviamente não será possível explicar toda parte conceitual de pintura então,
definirei os conceitos da pintura com as técnicas necessárias que
caracterizaram o modernismo e a obra de Carybé, no retrato do cotidiano baiano.
·
Depois de explorada a teoria da pintura como
técnica e apresentar a obra de Carybé, caracterizando a teoria da pintura e o
movimento modernista, com os trabalhos de Carybé assim os alunos irão entender
a aplicação conceitual da pintura por Carybé, no cotidiano baiano apresentado
(religião, trabalho, música, dança, movimentos culturais). Aproveitando para
explicar a aplicação dos conceitos de história e pintura agora sim
concomitantemente.
3° Depois da devida teorização dos trabalhos, estabelecer
a interação com a turma para consolidação dos conceitos apresentados, para
tanto, é necessária a formação de 5 grupos assim, colocarei para exposição as
pinturas de Carybé, devidamente selecionadas e deixar que os alunos a escolham
e identifiquem o aspecto cultural, captado na pintura, como também utilizar as
técnicas de pintura para eles próprios ressaltar um aspecto no papel (com
pincel e tintas) algo da cultura baiana e dos traços da pintura de Carybé que os
chamou a atenção e os interessaram.
4° Por fim, averiguar depois de realizadas as
pinturas o entendimento dos alunos acerca dos conceitos de identidade cultural,
cotidiano histórico da Bahia e pintura, assim como as características da
pintura do Carybé, para isso cada grupo explicará o porquê da sua pintura, e
assim finalizo a aula.
Para apresentação serão utilizados os seguintes
materiais: retroprojetor para explicação teórica e visual das obras ou 10 obras
impressas das pinturas do pintor Carybé, pincel, tinta, folhas em branco papel
A4.
6. Referências:
SANTOS, Boaventura de
Souza. Modernidade, identidade e a cultura de fronteira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S.
Paulo, 5(1-2): 31-52,1993
(editado em nov. 1994).
BARBOSA, Juciara Maria Nogueira. Descompasso: como e porque
o modernismo tardou a chegar na Bahia. V ENECULT - Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura.27 a 29 de
maio de 2009.Faculdade de Comunicação/UFBa, Salvador-Bahia-Brasil.
BATTISTONI Filho,
Duílio, Pequena História da Arte, Editora: Átomo, São Paulo, Edições PNA, 2008,
2ª Edição.
RISÉRIO, Antônio, Uma
História da Cidade da Bahia, editora: Versal, ano: 2004, História Geral, 619
páginas.
Disponível
em: http://www.africaeafricanidades.com/documentos/13052011-01.pdf,
acesso em: 17/04/2012.
HECTOR,
Julio Paride Bernabó – Carybé. Lista de Obra do Artista.Catalogo de Artes.2007.
Disponível em: <http://www.catalogodasartes.com.br/Lista_Obras_Biografia_Artista.asp?idArtista=146&txtArtista=Hector%20Julio%20Paride%20Bernab%F3%20-%20Hector%20Caryb%E9%20-%20Carybe>,
acesso em: 18/04/2012.
Disponível
em: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=364,
acesso em: 18/04/2012.
Disponível
em:http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_obras&acao=mais&inicio=1&cont_acao=1&cd_verbete=2178,
Acesso em: 03/05/2012.
Disponível
em: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_obras&cd_verbete=2568&cd_idioma=28555,
Acesso em: 03/05/2012.
Disponível
em: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=359,
Acesso em: 04/05/2012.
LOCAL PARA APLICAÇÃO DO PROJETO